Depois de 13 jogos sem vencer e 6 derrotas consecutivas, o Girona volta a sorrir. A visita dos catalães a Madrid era vista como a oportunidade perfeita de ressurgimento. Em uma semana marcada pelo início do julgamento aos líderes independentistas catalães, em Madrid, torcedores do Girona (e do FC Barcelona) aguardavam ansiosamente um resultado positivo para os gironins, seriamente ameaçados pelo rebaixamento. Antes da partida, o time catalão tinha um ponto a mais que o primeiro time da zona de descenso.
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A equipe catalã começou a partida com as laterais reforçadas. O estado de forma do time madridista intimidava, e Eusebio Sacristán, técnico do Girona, apostou por apenas um atacante, Stuani. Foi precisamente o jogador uruguaio o autor das primeiras duas chegadas perigosas do Girona à área rival, mas sem maiores consequências. Lucas Vázquez teve uma ótima chance de inaugurar o placar, depois de brilhante jogada individual, mas o goleiro Bounou salvou os catalães. Poucos minutos depois, um contra-ataque conduzido por Portu terminou nos pés de Stuani, e o disparo do uruguaio levou bastante perigo ao gol madridista.
O Real Madrid tinha o domínio do jogo, mas o Girona estava muito bem posicionado. A resistência catalã, porém, não durou muito tempo. Aos 25 minutos, depois do rechaço de punhos de Bounou, e do posterior cruzamento de Kroos, o brasileiro Casemiro, de cabeça, marcou para o time branco. O Girona ainda teve mais uma boa chance no primeiro tempo, com chute perigoso de Àlex Granell.
Segundo tempo com orgulho
O resultado parcial de 1 a 0 permitia que o Girona sonhasse com um resultado mais positivo. O Real Madrid, porém, tinha pressa, e era ciente do perigo catalão. O ex-jogador do Fluminense, Marcelo, quase aumentou a diferença no placar, mas Bounou, com a ponta dos dedos, evitou o segundo dos blancos. O Girona seguia vivo, e quase empatou com Aleix Garcia que, de forma incompreensível, isolou a bola rebatida por Courtois. Pouca coisa poderia fazer o goleiro belga para evitar o gol.
O prêmio à insistência viria poucos minutos depois. Stuani cabeceou a bola na trave, e na sobra, Douglas Luiz chutou, mas o zagueiro Sergio Ramos interceptou o disparo com as mãos. Pênalti marcado, e bem aproveitado por Stuani. O gol de empate do Girona, aos 64 minutos, levou Solari a fazer uma importante mudança no time de Madrid. O galês Bale entrava para tentar mudar a história da partida, mas o Girona entrava em sua melhor fase. As chegadas catalãs à área rival eram mais constantes, e aos 70 minutos, Portu acertou a bola na trave madridista. Quatro minutos depois, após bom contra-ataque liderado por Douglas Costa, Lozano disparou e Courtois rebateu. Na sobra, Portu não perdoou, virando o jogo para o time catalão. O Girona tinha 15 minutos para sobreviver na suprema arena de Madrid. Aos 83 minutos, Lozano quase fez o terceiro para os visitantes. Em seguida, Bale teve uma claríssima ocasião para empatar, mas seu disparo foi detido por um brilhante Bounou. Aos 90 minutos, Sergio Ramos, mais uma vez em sua carreira, recebeu o cartão vermelho, o que facilitou a vida para os gironins. Fim de jogo, vitória para os catalães no feudo de Madrid por 2 a 1.
Vitória dedicada aos líderes independentistas catalães presos
Em entrevista pós-partida, Àlex Granell, capitão do Girona, dedicou a vitória aos líderes independentistas catalães presos: “Somos muitos os jogadores no plantel que amamos a nossa terra [Catalunha]. Estamos sofrendo com tudo isso. Esta vitória é especial. Quero mostrar o meu apoio aos políticos julgados injustamente”.
Antes da partida em Madrid, Granell havia sido entrevistado pelo jornal El Món e, perguntado sobre o amistoso entre Catalunha e Venezuela, e revelou o seu sonho de estar presente na partida: “Quero muito jogar essa partida, e será mais emocionante por ser no Montilivi. Joguei nas categorias inferiores da seleção quando eu estava na Terceira Divisão, mas jogar com a principal me deixaria extremamente feliz. Com o sentimento tão forte que tenho pela minha terra, seria outra experiência de vida muito bonita”.