O presidente da Ucrânia, Volodímir Zelenski, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacaram em conjunto que consideram impossível que Kiev entregue voluntariamente território à Rússia no âmbito de um hipotético acordo de paz. A visita expressa de Zelenski a Bruxelas ocorre a menos de vinte e quatro horas de outra reunião chave com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, na qual o líder ucraniano contará com o apoio de alguns líderes europeus.
Em uma coletiva de imprensa conjunta, Von der Leyen insistiu que, em matéria territorial, a posição da União Europeia e da Ucrânia é clara: “As fronteiras internacionais não podem mudar pela força. É uma decisão que cabe à Ucrânia, e somente à Ucrânia, mas nunca por imposição armada.”
Zelenski disse que espera que Trump lhe explique em primeira mão o conteúdo da reunião com Putin. “Há doze anos que Putin não consegue conquistar Donetsk”, lembrou, e destacou que a constituição ucraniana torna impossível tanto a entrega quanto a troca de territórios. Por isso, segundo ele, qualquer discussão desse tipo só poderia ocorrer em um quadro trilateral com Rússia e Estados Unidos, mas Moscou não deu sinais de estar disposto a sentar-se.
Além disso, o presidente ucraniano voltou a insistir que a primeira condição para abrir negociações é um cessar-fogo. “Putin tem muitas demandas, e não sabemos todas. Se forem tantas como se diz, será necessário revisá-las com calma, e isso é impossível sob fogo. Por isso, é indispensável declarar um cessar-fogo antes de começar a trabalhar em um acordo final”, enfatizou.
Quanto às garantias de segurança, ele vinculou a questão diretamente ao processo de adesão à União Europeia. “A adesão faz parte da segurança. Não pode haver divisão entre Ucrânia e Moldávia. Se Bruxelas optar por diferenciar os ritmos, será um sinal de divisão europeia”, alertou.
Além disso, tanto Von der Leyen quanto Zelenski rejeitaram totalmente qualquer proposta que envolva a desmilitarização do país. A presidente da Comissão afirmou que a Ucrânia deve se tornar “um ouriço de ferro” e destacou que não pode haver limitação em sua capacidade defensiva.
Por fim, Von der Leyen confirmou que a União Europeia manterá o apoio militar e a pressão econômica sobre a Rússia.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*