Os Comitês Locais de Emergência e Reconstrução (CLER) das populações afetadas pela tempestade de 29 de outubro apresentaram alegações contra o Plano Endavant da Generalitat Valenciana para a reconstrução das áreas devastadas. Assim como fizeram na semana passada com o Plano de Resiliência Hídrica do governo espanhol, denunciam que este novo documento ignora as necessidades reais do território e da cidadania.
Em um comunicado, os CLER criticam que o governo valenciano tenha eliminado o direito à participação cidadã, com um procedimento complicado, pouco tempo e em pleno verão. Asseguram que essas pressas são incompreensíveis após nove meses de inação e nenhuma proposta na mesa. Além disso, lamentam que, uma vez estudado o plano, não tenham encontrado nenhuma medida efetiva de resiliência hídrica. Por tudo isso, acusam a Generalitat de menosprezar tanto a segurança quanto a vida das pessoas afetadas.
Medidas que podem agravar a situação
Também alertam que o Plano Endavant é, essencialmente, um plano econômico que inclui algumas ajudas a pessoas e empresas prejudicadas, mas que contém medidas que podem agravar a situação. Destacam a implantação de novas indústrias de setores como automotivo, fabricação de produtos químicos, defesa e cibersegurança, que consideram estranhas ao território e incompatíveis com a emergência climática. Segundo as vozes especializadas dos Comitês, essas indústrias aumentariam a ocupação do solo, as emissões e a poluição, sem aplicar nenhum critério de precaução em uma área altamente inundável.
Por tudo isso, exigem que sejam impugnados os artigos que favorecem esse modelo de crescimento indefinido, o mesmo, dizem, que levou ao desastre atual. Além disso, pedem que os CLER sejam reconhecidos como parte interessada na redação do plano e que suas propostas sejam consideradas.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*