Casa Branca ordena revisão dos museus Smithsonian para se alinharem com Trump

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O governo dos Estados Unidos iniciou uma revisão completa das exposições, conteúdos e funcionamento do prestigioso sistema de museus da Instituição Smithsonian para garantir que estejam alinhados com a visão da história defendida pelo presidente Donald Trump, em preparação para o 250º aniversário da independência dos Estados Unidos no próximo ano.

Conforme relatado pelo The Wall Street Journal, a avaliação inclui a revisão de conteúdos online, processos internos de curadoria, planejamento de exposições, uso de coleções, bolsas para artistas e linguagem utilizada na sinalização e material público. O processo será inicialmente aplicado a oito museus —incluindo o Museu Nacional de História Americana e o Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana—, que deverão fornecer informações sobre suas exposições atuais e planos para comemorar a efeméride em um prazo de trinta dias.

Em uma carta endereçada ao secretário da instituição, Lonnie Bunch, a Casa Branca ordena que, em até 120 dias, sejam aplicadas “correções de conteúdo” quando necessário, substituindo a linguagem “divisiva ou ideológica” por descrições “unificadoras, historicamente precisas e construtivas”. Também anuncia visitas presenciais aos museus e uma segunda fase para revisar outros.

Trump assinou em 27 de março uma ordem executiva que determina eliminar a “ideologia inapropriada” dos museus e do Zoológico Nacional, com o objetivo de “restaurar a verdade e a sensatez na história dos Estados Unidos”. A Casa Branca afirma que isso visa garantir que os museus sejam “patrióticos, rigorosos e inspiradores” e reconquistem a confiança do público. A Smithsonian respondeu que seu trabalho se baseia na “excelência acadêmica, pesquisa rigorosa e apresentação precisa e factual da história” e que revisará a carta mantendo esse compromisso.

A instituição já havia sido alvo de polêmica recentemente. A NBC News revelou que o Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana havia retirado da exposição pelo menos trinta e dois objetos importantes, como o livro de hinos de Harriet Tubman e a primeira edição das memórias de Frederick Douglass, um dos escritores afro-americanos mais influentes. Além disso, o Museu Nacional de História Americana havia temporariamente removido um cartaz mencionando os dois impeachments de Trump, que foi posteriormente restituído após críticas.

Trump também interveio em outras instituições culturais federais, como o John F. Kennedy Center for the Performing Arts, do qual se autoproclamou presidente e destituiu o conselho administrativo, alegando que não queria “propaganda antiamericana”. Alguns congressistas republicanos propuseram renomeá-lo como “Donald J. Trump Center for Performing Arts”, mas a lei que o regula impede isso.

Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.

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