A Academia Valenciana da Língua (AVL) pediu à Prefeitura de Alicante que não aprove uma proposta de declaração institucional para instar as Cortes a modificar a Lei de Uso e Ensino do Valenciano com o objetivo de declarar Alicante como uma cidade de língua espanhola. Segundo a AVL, essa iniciativa significaria romper os consensos sociais e políticos que, com muito esforço, foram alcançados desde a aprovação da lei em 1983, precisamente na mesma cidade.
Carta da AVL ao prefeito de Alicante pedindo que não apoie a proposta de declaração institucional que insta as Cortes Valencianas a modificar a Lei de Uso e Ensino do Valenciano para qualificar Alicante como uma cidade de língua espanhola.
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— AVL (@AVLoficial) 25 de junho de 2025
Em uma carta endereçada ao prefeito, Luis Barcala, a presidente da entidade, Verònica Cantó, apela ao espírito de abertura e de pacto, e lembra que a AVL nasceu com a vontade de tirar a língua do debate partidário. Também destaca que o uso do catalão em Alicante é ‘inequívoco’ e se manifesta na vida cotidiana, nas festas tradicionais, na toponímia e no sistema educacional.
A carta destaca a presença do catalão em eventos como as festas de Fogueres, em canções populares como ‘La manta al coll’ ou no hino oficial da cidade, e enfatiza a riqueza toponímica valenciana dos bairros e locais emblemáticos de Alicante. Além disso, é mencionada a contribuição de autores como Emili Rodríguez Bernabeu e Joaquim González Caturla para a literatura valenciana, e o fato de que mais de 20% das escolas públicas da cidade escolheram o valenciano como língua base.
‘A segunda cidade mais importante, cabeça de demarcação e de comarca, deve continuar figurando entre os povos de língua valenciana’, diz o texto, que também pede ‘evitar rupturas desnecessárias e dolorosas na convivência cidadã’.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*