Aumentam para sessenta e seis as crianças mortas em Gaza por desnutrição devido à obstrução israelense à entrada de ajuda

O governo palestino aumentou para 66 o número de crianças mortas em Gaza devido à desnutrição causada pelos obstáculos impostos por Israel na distribuição de ajuda humanitária no território. Após mais de dois meses de bloqueio na entrada de ajuda humanitária, Israel autorizou uma única ONG para distribuir a escassa ajuda que entra diariamente no território, a polêmica Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que começou a operar em meados de maio.

O escritório de imprensa do governo palestino ressaltou que essa conduta constitui um “crime de guerra e um crime contra a humanidade” e acusou Israel de usar a fome contra a população para “exterminar civis, especialmente crianças”, em um relatório divulgado pela agência de notícias palestina Sanad.

A ONG responsável pela distribuição de ajuda, sediada na Suíça, é apoiada pelos Estados Unidos e Israel, e é alvo de críticas devido à grande quantidade de palestinos mortos perto de seus centros em ataques das Forças de Defesa de Israel (FDI) enquanto buscavam alimentos.

A Autoridade Palestina condenou o crime contra as crianças em Gaza e destacou o “vergonhoso silêncio internacional diante do sofrimento das crianças que são abandonadas à própria sorte com fome, doenças e uma morte lenta”.

Em particular, o relatório aponta os Estados Unidos, o Reino Unido, França e Alemanha como “responsáveis por participar ativamente dessas graves violações”. Diante dessa situação, fazem um apelo à ONU e aos países árabes para que “intervenham urgentemente e pressionem a ocupação a abrir os acessos imediatamente”, a fim de permitir a entrada de alimentos e suprimentos médicos que possam salvar as crianças e os demais pacientes.

Anteontem, foram confirmadas mais duas mortes de crianças por desnutrição e falta de medicamentos. Até 112 crianças palestinas são internadas diariamente nos hospitais da Faixa para receber tratamento contra a desnutrição, conforme relata a Organização Mundial da Saúde (OMS), cujo diretor-geral é Tedros Adhanom Ghebreyesus.

As autoridades de Gaza estimam em mais de 56.400 os mortos devido à ofensiva desencadeada por Israel contra o território após os ataques de 7 de outubro de 2023, ao mesmo tempo em que apontam que o número de feridos ultrapassa a marca dos 133.000.

*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*

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