As obras do viaduto de Rafal Rubí, impulsionadas pelo Consell de Menorca, ameaçam a recente declaração do patrimônio talaiótico da ilha como patrimônio mundial. Apesar de o Comitê de Patrimônio Mundial da UNESCO ter se pronunciado claramente a favor do desmantelamento dessa infraestrutura, o Consell acabou de aprovar a retomada com um orçamento de quase 6,6 milhões de euros.
Segundo o comitê internacional, o viaduto e as linhas elétricas associadas têm um impacto negativo direto sobre o ambiente visual e paisagístico dos sítios arqueológicos, e por isso instou a retirá-los com a máxima celeridade. Também pediu aos responsáveis institucionais que não tomassem nenhuma decisão irreversível sem antes obter o aval formal da UNESCO.
Embora o Consell tenha enviado um relatório preliminar, ainda não houve nenhuma resolução definitiva por parte do Centro de Patrimônio Mundial, que deve avaliar se o projeto está de acordo com as condições acordadas antes da declaração. Até que se pronuncie, retomar as obras pode colocar em risco o status internacional de reconhecimento do patrimônio menorquino. O Ministério da Cultura espanhol enviou uma carta ao Consell e ao governo das Ilhas para alertá-los sobre o perigo que representa retomar o projeto sem aguardar a avaliação definitiva. Na carta, é alertado que o cumprimento dos acordos com a UNESCO faz parte das obrigações internacionais e que qualquer descumprimento pode afetar a credibilidade do reconhecimento obtido.
O viaduto foi parcialmente construído há alguns anos, mas foi interrompido justamente devido à oposição de especialistas e entidades de defesa do patrimônio, que alertavam que prejudicava a visão do conjunto de Rafal Rubí, um dos sítios mais significativos da paisagem talaiótica menorquina.
Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.