As autoridades eleitorais da Bósnia afastam o líder sérvio-bósnio Milorad Dodik após sua desqualificação

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As autoridades eleitorais da Bósnia e Herzegovina anunciaram que ‘revogam o mandato’ do presidente da República Srpska, Milorad Dodik. O movimento ocorre alguns dias após o tribunal de apelação confirmar sua condenação a um ano de prisão e sua desqualificação por desobedecer as ordens do supervisor internacional Christian Schmidt, Alto Representante para a Bósnia.

A Comissão Eleitoral Central decidiu revogar o mandato de Milorad Dodik, presidente da República Srpska, eleito nas eleições de 2022 pela lista da Aliança de Social-Democratas Independentes (SNSD)’, diz um comunicado breve publicado no site do órgão.

A decisão pode ser contestada perante a sala de apelações do Tribunal da Bósnia e Herzegovina em um prazo de dois dias a partir da notificação. Uma vez firme, a Comissão Eleitoral planeja convocar eleições antecipadas, conforme anunciado.

Dodik reagiu com dureza através da rede X, qualificando a decisão como ‘merda de Sarajevo’. ‘E se eu me recusar? Não me render é a única opção’, afirmou. Ele lembrou que havia jurado exercer o cargo com consciência e responsabilidade, defender os interesses do povo e respeitar as leis da República Srpska e da Bósnia e Herzegovina.

Em seguida, em uma coletiva de imprensa após uma reunião com os parceiros de seu governo, ele destacou que o mandato lhe foi dado pelo povo. ‘Continuarei aqui. Exercerei o cargo que o povo me confiou. Não pretendo sair: os derrotarei com suas armas, com sua política’, disse.

Dodik anunciou que convocará um referendo para que a população decida se deve acatar a destituição. ‘Se eu aceitar a decisão deles, violarei a constituição e humilharei o povo sérvio. Desprezaria sua história e o levaria ao desespero’, declarou. Segundo ele, só há duas maneiras legais de encerrar o mandato presidencial: com a renúncia ou com a destituição parlamentar. ‘Agora inventaram uma terceira via’, criticou.

Por fim, denunciou uma perseguição constante por parte das autoridades de Sarajevo e assegurou que alguns políticos ‘o odeiam mais do que amam a República Srpska’. Disse que não estava disposto a sacrificar os interesses do povo sérvio e deu a entender que pretende resistir até o fim.

A destituição ocorre poucos dias após a condenação judicial por ter promulgado uma lei, aprovada pelo parlamento da República Srpska, que impedia a publicação das decisões do Alto Representante no Boletim Oficial. Embora Schmidt tenha anulado aquela norma logo depois, Dodik a ratificou mesmo assim.

*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*

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