Carme Calvo, vice-presidenta do governo espanhol, voltou a negar a anistia e um referendo pactado com Catalunha. Ontem, em entrevista a um jornal da TV3, a vice-presidenta socialista disse que “a anistia não é possível, tampouco um referendo de autodeterminação”, e os considerou “ferramentas que não estão no marco da Constituição espanhola”. Carme Calvo assegurou, também, que os indultos “são um mecanismo democrático que não põe em questão o sistema judicial”, e que “todos sabemos o que aconteceu e o que não deve acontecer novamente”, em referência à convocação unilateral do referendo.
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No dia dos indultos, o governo espanhol reforça sua negação
A manhã desta quarta-feira está sendo marcada pela publicação do Diário Oficial espanhol dos indultos aos líderes independentistas catalães. Os indultos, parciais e reversíveis, não significam que a negociação entre os governos da Catalunha e da Espanha será fácil. Nesse sentido, Pedro Sánchez, líder do governo espanhol, exigiu, no Congresso, que os partidos independentistas “colaborem pela união, não pela fratura”, ou seja, que atuem no marco da Constituição espanhola e nos limites da autonomia da Catalunha.
Em debate com Gabriel Rufián, deputado da Esquerra Republicana de Catalunya no Congresso espanhol, Pedro Sánchez perguntou sobre os “planos” do partido independentista após a concessão dos indultos. Em relação à proposta catalã sobre a anistia e um referendo pactado, o líder do governo da Espanha foi claro: “O exercício do direito à autodeterminação não é constitucional”.
A negação do governo espanhol foi reforçada em entrevista concedida, nesta manhã, pela vice-presidenta à RAC-1. Carme Calvo, tal como disse ontem, negou a possibilidade de que o governo da Espanha conceda a anistia aos líderes independentistas, já que, segundo ela, “a anistia não é possível na Espanha e em nenhuma democracia, porque a anistia apaga o delito, e isso significa que o poder judicial não existe”.