A Direcció General de Prevenció i Protecció a la Infància i Adolescència (DGPPIA), que substituiu a DGAIA, começou a enviar centenas de e-mails a jovens ex-tutelados para exigir-lhes o retorno de benefícios que teriam recebido indevidamente entre dezoito e vinte e três anos. Conforme adiantado pelo jornal Ara e confirmado pelo VilaWeb, os valores exigidos ultrapassam os 10.000 euros, e, em alguns casos, ultrapassam os 36.000.
O envio coincide com a recente publicação de um relatório do Sindicato de Contas que estima em 167 milhões de euros os auxílios sociais pagos indevidamente pelo Departamento de Direitos Sociais a cerca de 230.000 famílias, entre os anos de 2016 e 2024. O valor pode ser ainda maior, pois há 32.647 processos com possíveis pagamentos indevidos pendentes de análise. No caso dos ex-tutelados, as irregularidades detectadas representam 4,7 milhões, 2,8% do total. O documento aponta que alguns dos jovens recebiam o benefício enquanto trabalhavam ou residiam fora da Catalunha, condições que excluem a possibilidade de recebê-lo.
Ontem, a conselheira de Direitos Sociais, Mònica Martínez Bravo, em um café da manhã informativo do Fórum Europa, afirmou que esperam recuperar 90% dos auxílios sociais pagos indevidamente, principalmente na área da dependência. Até o momento, segundo Martínez Bravo, foram recuperados 70% dos 167 milhões de euros que não deveriam ter sido pagos. No entanto, ela admitiu que uma parte, os da renda garantida de cidadania, foi decidida não cobrar para não causar mais dificuldades às pessoas que os receberam.
Em meados de junho, a conselheira Martínez Bravo atribuiu as irregularidades e os pagamentos indevidos denunciados pelo Sindicato de Contas à falta de sistemas informáticos e ferramentas digitais. “A maior parte do problema dos pagamentos indevidos é um modelo de gestão que não foi dimensionado corretamente. Se você faz uma gestão baseada em manualidade, rapidamente pode ter um volume de solicitações que não consegue gerenciar de forma ágil com o pessoal que tem”, disse em declarações aos jornalistas no parlamento.
“Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.”