A juíza do caso Gota Fria, Núria Ruiz Tobarra, emitiu um ato denunciando a estratégia para afastá-la do caso que foi iniciada pelo advogado de Emilio Argüeso, ex-número dois da Emergência. Trata-se de José Maria Bueno Manzanares, que também é o principal advogado do pseudo-sindicato ultra Manos Limpias. É esse advogado que apresentou queixas ao Conselho Geral do Poder Judiciário espanhol sobre o comportamento da juíza durante as tomadas de declaração das testemunhas. Afirmaram que seu marido, também juiz, estava presente durante os interrogatórios e que, inclusive, participava. O CGPJ abriu diligências informativas e agora Ruiz Tobarra tenta desmontar, neste ato, todas as acusações.
A juíza qualifica como sem fundamento algumas das acusações do advogado Bueno Manzanares e depois afirma que a maioria das provas que solicitou visam comprovar que o procedimento está realmente sendo dirigido por seu marido. ‘O advogado senhor Bueno quer transformar este procedimento em um local, não onde se investigam homicídios e lesões culposas, mas onde se investiga a mim e, é claro, ao meu marido’. Ruiz Tobarra qualifica isso como uma deriva aberrante.
Gravação sub-reptícia
Em seguida, explica como Bueno Manzanares se faz eco da publicação em um digital de várias fotografias da juíza conversando com a advogada e seu marido. A juíza afirma que o advogado tem a certeza de que essas imagens não correspondem à gravação da declaração porque o sistema permaneceu aberto após o término. A magistrada diz que um dos advogados, que participou de forma remota, através do sistema Webex, continuou gravando todos que permaneciam na sala após a declaração. ‘Não apenas a mim, ao meu marido, mas também à minha filha menor de idade, que também entrou na sala após o término da declaração. Deve-se ressaltar isso especialmente: algum advogado do procedimento gravou minha filha menor de idade, o que é absolutamente repugnante’, escreve Ruiz Tobarra.
Além disso, a juíza reprova o advogado de defesa de Argüeso por um comportamento incoerente, pois muitas vezes limita sua atividade à desqualificação pessoal das testemunhas. E dá como exemplo o pedido de uma análise psiquiátrica ao chefe da AEMET, José Ángel Núñez.
A juíza fundamenta suas afirmações em várias ocasiões em um ato do Tribunal Supremo espanhol de 25 de julho, no qual qualifica como ampla a instrução realizada no tribunal.
Diante disso, Núria Ruiz Tobarra decide abrir uma peça separada para determinar se deve sancionar o advogado de defesa de Emilio Argüeso pelo conteúdo dos escritos apresentados.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*