Dez anos após o memorável ano de 2011, marcado pelo título da Liga dos Campeões, do Mundial de Clubes e pelo reconhecimento unânime à saúde esportiva e financeira do clube, a crise financeira do FC Barcelona mostra como as últimas duas gestões presidenciais, especialmente a de Josep Maria Bartomeu, levaram a instituição para bem perto do abismo. Depois da crise relacionada ao futuro de Lionel Messi, o clube enfrenta uma em forma de dívida de mais de 1 bilhão de euros.
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Os números da crise financeira do Barça
Conforme apresenta o Balanço Econômico do clube (temporada 2019 / 2020), mais especificamente no ponto 14 (Passivos financeiros), o clube possui uma dívida de 1 bilhão e 173 milhões de euros, sendo que 730 milhões são a curto prazo. Em junho, o FC Barcelona deverá liquidar uma dívida de 266 milhões de euros a bancos.
Em relação à massa salarial, ela representa 74% em relação à renda do clube. Por isso, e em meio ao agravamento provocado pela pandemia, torna-se crucial a renegociação dos contratos dos jogadores. Tal é a gravidade que, ainda de acordo com o documento, a instituição busca um empréstimo de 100 milhões de euros para pagar os salários dos atletas durante os próximos meses.
Parte da dívida está ligada a entidades esportivas (196 milhões de euros). Na lista, estão presentes clubes como Bordeaux (Malcom), Grêmio (Arthur), València, Liverpool (Coutinho), Ajax (De Jong), Atlético de Madrid (direitos preferenciais), Juventus (Matheus Pereira e Pjanic), Sporting Clube de Braga (Trincao), Villarreal (Denis Suárez), Atlético Mineiro (Emerson), Valladolid (Arnaiz), Real Betis (Junior Firpo), Eibar (Cucurella), Las Palmas (Pedro González), Albacete (Rey Manaj), Palmeiras (Matheus Fernandes), São Paulo (Emerson), Bayern München (Arturo Vidal) e Deportivo La Coruña (Brandariz).
Quanto às arrecadações, o futuro a curto e médio prazo do FC Barcelona tampouco é animador. Estimava-se, com base em uma hipotética melhora da situação sanitária, que o clube arrecadasse 60 milhões de euros por meio da venda de ingressos. Mais precisamente, se o Camp Nou, estádio do clube, pudesse receber 25% de sua capacidade no mês de fevereiro, e até 50% no mês de maio. Infelizmente, a Catalunha e a Europa vivem a terceira onda da pandemia da COVID-19.
Em virtude da gravidade do contexto sanitário, as eleições presidenciais do clube, que deveriam ser realizadas no último fim de semana (24 de janeiro), foram adiadas para o dia 7 de março.