“Agora e sempre, escola em catalão“. Essa frase, há décadas presente em diversas reivindicações na Catalunha, voltou a aparecer com força neste sábado, em Barcelona, onde 35 mil pessoas se manifestaram em defesa da língua catalã. O evento, organizado pela plataforma Som Escola, foi uma resposta à sentença do Tribunal Supremo espanhol, que determina que, no mínimo, 25% das aulas nas escolas da Catalunha sejam ministradas em língua espanhola.
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“Um modelo que garante a coesão social na Catalunha”
Apesar das distintas representações sociais e políticas na manifestação, havia um consenso: a imersão linguística em língua catalã é “um modelo que garante a coesão social”, tal como os representantes da plataforma Som Escola expuseram.
De acordo com o manifesto preparado para o evento deste sábado, o governo catalão precisa ter “valentia” para lutar contra “todas as ingerências político-jurídicas no sistema educativo da Catalunha”. Além disso, os manifestantes “exigiram” que o governo espanhol “respeite os consensos da sociedade catalã”. Entre esses consensos, está o de que “82% dos cidadãos catalães apoiam a imersão linguística em língua catalã“, de acordo com uma enquete organizada pela entidade Plataforma per la Llengua.
🎒 La immersió lingüística va sorgir d’un ampli consens social i actualment té el suport del 82% de la població de #Catalunya, segons una enquesta encarregada aquesta tardor per Plataforma per la Llengua.
— Plataforma per la Llengua🎗 (@llenguacat) November 23, 2021
Entre as representações políticas presentes na manifestação em Barcelona, estavam membros dos partidos independentistas ERC, Junts per Catalunya e CUP, além de integrantes do partido En Comú Podem. Por outro lado, o PSC, partido do ex-ministro de Saúde espanhol Salvador Illa, se absteve de participar.
A reivindicação em defesa da imersão linguística em catalão foi marcada, também, por declarações feitas pelos membros do governo catalão, criticados por “não defenderem a imersão linguística como deveriam”. Por outro lado, o partido Junts per Catalunya, por meio de Jordi Sànchez, anunciou que apresentará uma denúncia contra Pablo Casado, deputado do Partido Popular no Congresso espanhol, por suas “calúnias e incitação ao ódio” contra o sistema educativo catalão.
Ontem, Pablo Casado disse que “há professores na Catalunha com instruções para proibirem os alunos que falam em espanhol de irem ao banheiro”.
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